Nós perdemos.
Toda vez que demos um passo para frente, nós perdemos.
Nós perdemos.
Toda vez que morremos para renascer em uma versão mais forte e melhor, nós perdemos.
Nós nos perdemos simplesmente para encontrar o novo eu que fica sussurrando que alguma coisa não faz mais sentido. E esse novo eu ensaia de diversas formas como é dar um golpe de auto estado.
Nós perdemos e a primeira pessoa a ir embora é o nosso eu do passado.
Toda vez que damos um passo rumo ao conhecimento, nós perdemos.
Perdemos pessoas e todo o futuro ao redor daquele círculo. Perdemos planos. A perda é tão grande que não conseguimos remarcar a próxima gargalhada em conjunto. Não conseguimos adiar o café que põem em dia todo o papo.
Crescer custa alguns amores. Às vezes é rápido demais. Às vezes cada degrau desfaz silenciosamente todas as curvas do laço.
Nós perdemos. Morrer de verdade eu não sei como é, mas morrer em vida costuma doer.
Nós perdemos, mas ganhamos marcas. Nós perdemos, mas as memórias ficam para nos lembrar de todos que fizeram o nosso destino nos levar onde cada um de nós está.
Nós perdemos. Crescer nos faz perder. Mas toda vez que perdemos, significa que do outro lado estamos ganhando. É só depois de saber o que é o inferno que reconhecemos o céu.
Raquel Rutinha
