Que jogo roubado

Que jogo roubado,
me deixa intrigada,
e é tão ingrato,
aceita da sociedade
todos os mandatos e
no game over
perde calado.

Que jogo desorganizado,
cheio de algazarra,
de bolas na trave,
a rede furada,
se intitula de técnico,
e num tiro de meta,
tudo finaliza sem acréscimo.

Que jogo de exatas,
é 8 ou 80,
quem viu, viu,
quem não viu, até nunca mais.
Quem fez, fez,
quem não fez,
sinto muito,
acabou sua vez.

Que jogo maculado,
quanto vale uma mansão
ou um barraco,
se é o mesmo destino
para os proprietários.

Que jogo pilantra,
você que vive em bando
de presença,
no último sussurro
é sozinho que vai
deixando ausência.

Que jogo ordinário,
silencia sua voz num aperto,
no turn off é remorso
ou sossego.

Que jogo injusto,
infame e sujo,
esperto e pesado,
de longe tão belo,
alma contra calma,
quem vai ousar dizer
se é azar ou sorte?
Todos culpam a vida,
e no final é sempre a morte. 

Raquel Rutinha

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